BONO Especial n° 586 de 23 de agosto de 2010
COMANDO DA FORÇA AERONAVAL
São Pedro da Aldeia, RJ.
Em 23 de agosto de 2010.
ORDEM DO DIA Nº 2/2010
Assunto: 94° Aniversário da Aviação Naval
“Do mar, os pioneiros do ar”.
Com esta frase, destaco o espírito empreendedor que sempre norteou a vida dos marinheiros e, em particular, dos Aviadores Navais. Assim é que, apenas cinco anos após o pioneiro voo homologado da história, realizado pelo brasileiro ALBERTO SANTOS DUMONT, que fascinou o mundo em 1906 com a sua audácia e obstinação, evidenciou-se o interesse da Marinha do Brasil pela aviação e, em 29 de abril de 1911, recebia na França seu “brevet” de Aviador, o Capitão-Tenente JORGE HENRIQUE MOLLER, primeiro piloto militar brasileiro.
O marco de nascimento da Aviação Naval aconteceu cinco anos depois, em 23 de agosto de 1916, quando, por proposta do então Ministro da Marinha, Almirante ALEXANDRINO DE ALENCAR, o Presidente WENCESLAU BRAZ assinou Decreto criando a Escola de Aviação Naval, primeira escola militar de aviação do país.
Ao longo de sua história, a Aviação Naval viveu períodos de grande desenvolvimento, mas, também, de interrupções, frustrações e renascimentos. Passou por quatro fases bem distintas. A primeira durou até 1941, quando a Aviação Naval foi extinta pelo Decreto Presidencial que criou o Ministério da Aeronáutica. Nesta fase, a Aviação Naval desenvolveu-se rapidamente e registrou a ocorrência de diversos fatos marcantes, como: a participação de Aviadores Navais brasileiros em operações reais de patrulha durante a Primeira Guerra Mundial, integrando o 10º Grupo de Operações de Guerra da Royal Air Force; a criação do Correio Aéreo Naval; e o primeiro voo de um Presidente da República em uma aeronave militar brasileira.
Apenas em 1952 ressurgiu a Aviação Naval em sua segunda fase, caracterizada pela abnegação de uma nova geração de pioneiros que, partindo quase do nada, construíram a sólida base estrutural que perdura até os dias atuais. Esta fase se estendeu até 1965, quando, por força de novo Decreto Presidencial, a Marinha ficou restrita a operar apenas aeronaves de asas rotativas.
No período de 1965 a 1998, terceira fase da Aviação Naval, a Marinha empenhou-se em desenvolver o emprego de helicópteros. Como resultado da evolução e do aprimoramento na operação dessas aeronaves, nossa Marinha passou a ter a capacidade plena de operar helicópteros em missões diurnas e noturnas, a partir de navios dotados de convés de voo.
A quarta e atual fase da nossa Aviação Naval teve início em 1998, quando, por força de novo Decreto, a Marinha retomou a operação de aeronaves de asa fixa, destinadas ao guarnecimento do seu Navio-Aeródromo. Fruto de muito esforço, idealismo e abnegação, em 13 de janeiro de 2001, aviões da Marinha voltaram a pousar e a decolar de nosso Porta-Aviões. Todo o esforço fez com que a Marinha do Brasil passasse a fazer parte de um seleto grupo de marinhas capazes de operar aviões de alto desempenho embarcados.
Atualmente, a Aviação Naval passa por um período de importante transição em sua história, novos horizontes e perspectivas vem se abrindo. Novos aviões orgânicos de transporte e reabastecimento em voo, novos helicópteros MH-16 “SEA HAWK” e UH-15/15A “SUPER COUGAR” e aeronaves AF-1/1A “SKYHAWK” e AH-11A “SUPER LYNX” modernizadas. Operá-las de forma plena é o desafio que se avizinha e que requer dedicação integral, perseverança e firmeza de propósito de todos os marinheiros.
Ao comemorarmos hoje, com orgulho e júbilo, os 94 anos da Aviação Naval, o Dia do Aviador Naval, temos que lembrar, com justiça, de todos aqueles Aviadores Navais que perderam as suas vidas no pleno exercício de sua profissão. Temos que reverenciar e agradecer aos nossos “Velhas Águias”, em especial ao Almirante-de-Esquadra JOSÉ MARIA DO AMARAL OLIVEIRA, insigne Aviador Naval, falecido no ano de 2009, pelo legado que deixaram e por terem contribuído, sempre, de forma dedicada e profissional para o engrandecimento da nossa Aviação Naval e, por fim, temos que enaltecer a firmeza de nossos antecessores e Chefes Navais, que perseveraram e nunca relevaram a importância do braço aéreo de nosso Poder Naval, afinal, para nós marinheiros, o céu nada mais é do que o teto do mar.
Parabéns “marinheiros-aviadores navais”!
Parabéns Aviação Naval pelos seus 94 anos!
NO AR, OS HOMENS DO MAR!
LISEO ZAMPRONIO
Contra-Almirante
Comandante
BONO Especial Nº 586/2010.
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