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Mensagem alusiva aos 25 anos de entrada da Turma 81 no Colégio Naval

CF (FN) Lage, mais antigo da turma, discursando.Foto: CF (FN) Lage

Angra dos Reis, RJ, em 11 de fevereiro de 2006.

Ao iniciar o evento de comemoração dos 25 anos de entrada no Colégio Naval da turma CN 81, que nossas primeiras palavras sejam de agradecimento a Deus por nos conceder o privilégio de viver esse momento ímpar na vida de todos nós.

Por dever de justiça, agradecemos ao comando e à administração do Colégio Naval que muito nos apoiou na realização desse evento.

Compartilhar esses momentos com nossos pais, filhos, esposas, namoradas e amigos reveste esse evento de um brilho muito especial e nos permite mostrar-lhes o local em que passamos os momentos iniciais de nossa formação profissional e a continuação de nossa formação moral, cultural e social.

Em 9 de fevereiro de 1981, chegávamos ao Colégio Naval, após sermos submetidos a rigoroso processo seletivo. Jovens com média de quinze anos de idade, para iniciarem sua carreira na Marinha. Algumas certezas e muitas dúvidas ocupavam nossos pensamentos. Saímos de nossas casas para nos tornarmos defensores da Pátria, aprendendo a ter responsabilidade por nossos atos mais cedo do que a maioria dos jovens brasileiros e desenvolvendo um sentimento patriótico incontestável. Hierarquia e disciplina passaram a fazer parte do dia-a-dia. Além disso, o afastamento do lar ocorrido tão cedo provocou um amadurecimento prematuro nos jovens de então.

Muitos seguiram sua vocação naval, outros optaram por seguir caminhos distintos. Independentemente do caminho trilhado, muitas lembranças ficaram e nunca deixarão de ser recordadas com carinho. O espírito de corpo sempre esteve presente, fazendo com que cada um tivesse o orgulho de pertencer a essa briosa turma.

Foi um período difícil, com certeza, mas que trouxe para cada um de nós inigualáveis ensinamentos que levamos por todos esses 25 anos e nos têm auxiliado a conduzir nossa vida particular e profissional baseados em fortes valores morais.

Os esportes, o estudo e muitos outros foram os instrumentos utilizados pelos nossos instrutores para alcançar seus objetivos: transformar um grupo heterogêneo em uma turma homogênea e coesa e forjar o caráter de cada um. A eles também devemos nossos agradecimentos.

Percebemos como existem inúmeros laços que nos unem em pequenos detalhes. Como, por exemplo, o fato de que expressões como Ordem Unida, treinamentos de equipe, estudo obrigatório, tolda, fonoclama, quiricomba, jacuba e muitas outras, em princípio, não possuem grande significado, mas que, para nós, revestem-se de incontáveis lembranças e com um significado que transcende as definições dos dicionários.

Seguramente passaremos horas agradáveis durante esse fim-de-semana, quando poderemos relembrar com alegria as histórias vividas por todos — é claro que mais por uns do que por outros — e que marcaram uma época em nossas vidas. Com certeza haverá a lembrança daquele aviso desesperado: "Lá vem o Tiba!"; muitos contarão seus golpes (que pegaram ou não) e outros lembrarão da Ordem Unida em que o Charbel saiu de dentro de uma caixa de papelão; não há dúvida de que o "aéreo" estará presente em muitas dessas histórias; papiros (brancos, é claro) serão hoje motivos de boas risadas; alguns ainda tentarão desvendar finalmente quem foi o recordista de finais — se foi o Mandarino ou o Edgar; os aratacas ou bodes, como queiram, reclamarão da vida dura que levavam, mas que, na verdade, foram os que mais aproveitaram as facilidades oferecidas por esta "casa", como patescarias na Ilha Grande e passeios de canadense e escaler; tentaremos "puxar da memória" aqueles veteranos dos quais éramos valetes; tentaremos nos esquecer das viagens nos "especiais" como calouros, principalmente os do "especial" Tijuca que contava com Maguila, Mike dentre outros; relembraremos locais marcantes como a Praia Grande, a Igrejinha, a Praia do Bonfim e outros que, por razões óbvias, prefiro omitir; reviveremos as emoções por que passamos durante as NAE, tendo nossa turma muito contribuído para as conquistas de troféus e medalhas obtidas durante o triênio 81/82/83. Essas histórias e muitas outras que necessitariam de horas para serem contadas também serviram para tornar a turma mais unida, sempre cultivando uma das mais importantes riquezas que possuímos: a AMIZADE.

Por isso, voltemos novamente nossos pensamentos a Deus para que Ele nos dê saúde para que possamos nos reunir muitas outras vezes e reviver essa emoção percebida no semblante de cada um de nós.

Felicidades a todos e que Deus nos abençoe.

ROGÉRIO RAMOS LAGE
Capitão-de-Fragata (FN)

Atualizado em: 13/02/2006