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Nair de Teffé - filha do Barão de Teffé

Retrato de Nair de TefféFilha do Barão de Teffé, Nair de Teffé nasceu no Rio de Janeiro em 10 de junho de 1886. Até os 15 anos, residiu com os pais em Paris, Bruxelas, Nice, e, finalmente em 1905, retornou ao Rio de Janeiro, após brilhante representação diplomática de seu pai na Velha Europa. A menina teve educação esmerada nos melhores educandários do exterior e do País. A família Teffé adquiriu casa na rua Silva Jardim e passou a residir em Petrópolis - RJ nas temporadas de verão, muitas vezes extrapolando o período, até que se radicou naquela cidade.

Grande talento para as Artes
Irrequieta e de espírito crítico, Nair cantava, escrevia poemas, caricaturava, aparecia com destaque e atenção nos salões de baile e artísticos, foi atriz de teatro e festejada cantora. Alcançou grande sucesso com suas caricaturas de personalidades sociais e políticas, em seara artística exclusiva de homens, naquela época. Ficou nacionalmente famosa sob o codinome Rian — seu nome de batismo com as letras invertidas. O escritor Coelho Netto escreveu para ela a peça musical "Miss Love" que ela protagonizou com sucesso no Rio de Janeiro e em Petrópolis; em seguida trabalhou no elenco de Leopoldo Fróes e criou a Troupe Rian, montando peças de Álvaro Moreira, Afrânio Peixoto, Cláudio de Souza e Reynaldo Chaves, de natureza beneficente e para ajudar nas obras da construção da Igreja Matriz, a nossa hoje Catedral.

Nair era uma atração em toda a parte, sempre acompanhada da família, que a prestigiava e a animava nas artes em geral e na literatura, dons que ela sabia como ninguém exercer com talento e maestria.

Foi esposa do Mal. Hermes da Fonseca
No dia 08/12/1913, casou com o Presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca, com bela festa no Palácio Rio Negro, tornando-se Primeira-Dama do País aos 27 anos de idade. Quebrou protocolos e a sisudez dos corredores palacianos, levou música popular e teatro aos saraus do Catete e do Rio Negro. Com o fim do mandato, foram morar em Petrópolis.

Enviuvou em setembro de 1922 1923, mandando edificar para o marido imponente túmulo no Cemitério de Petrópolis, com um retrato e os dizeres: "Aqui jaz o grande soldado Marechal Hermes da Fonseca, vitimado pelos desgostos de sua violenta e injusta prisão efetuada aos 7 de julho de 1922". Sobre a pedra com o retrato e a inscrição edificou uma coluna grega partida ao meio, significativa da quebra da vida sob pressão política. Jamais voltou a casar.

A 1ª mulher presidente de uma Academia de Letras
Em Petrópolis, dedicou-se às letras, ingressando na Associação de Ciências e Letras em 1927, sendo eleita presidente no ano seguinte. Reeleita em 05/06/1929, extinguiu a Associação e, em seu lugar, criou a atual Academia Petropolitana de Letras, que presidiu até 1932, quando começou a se retirar de Petrópolis, retornando ao Rio de Janeiro onde fundou o Cinema Rian, onde hoje fica o Hotel Pestana, em Copacabana, e que passou para a empresa de Luiz Severiano Ribeiro. Na década de 1940, transferiu sua residência para Niterói e não mais foi vista em Petrópolis.

Ao escrever e lançar no Rio o livro A Verdade sobre a Revolução de 22, a Academia a trouxe de volta à cidade, que ela não via há cerca de 40 anos, promovendo um encontro com os amigos na tarde-noite de 27/02/1975. Por proposta do vereador Nilson Platt Filho, recebeu o título de "Cidadã Petropolitana".

Nair faleceu em Niterói, no exato dia em que completava 95 anos de idade: 10 de junho de 1981. Foi sepultada junto ao esposo que amou tanto e próxima ao túmulo de seu pai, o Barão de Teffé.

Fonte: Academia Petropolitana de Letras (arquivada em 10/02/2013).

Para saber mais

  1. Livro Nair de Teffé: Vidas Cruzadas, de Antonio Edmilson Martins Rodrigues.
Atualizado em: 25/07/2018